sábado, 13 de novembro de 2010

É uma espécie

de loucura...

Talvez esse não seja o melhor jeito de começar ...
Hoje meu pai disse que eu não sou normal,porque eu não durmo no horário em que os “normais” dormem e porque eu não faço as coisas que os “normais” fazem e porque eu não como na hora certa,nem acordo na hora certa e nem falo as coisas certas...Eu sei que no fim do dia,ou da noite ou sei La no fim de que...Eu estou alimentada,dormida e viva.
Consideram normal tudo que é freqüente, usual, e acontece rotineiramente, numa determinada sociedade
Eu disse : Pai,se acontece sempre é normal?
Não vou citar aqui o que acontece sempre...To com Preguiça.
Mas se esse é o conceito de normal...Tdo mundo perdeu a noção?Que se passa?

Passei o dia triste...pensei em tudo de "anormal" que eu tenho feito ....
E essa inquietação varou a noite...
ecoando com os latidos da Sofia (minha cachorra)

Pensei na fragilidade do homem diante das incertezas da vida.
Na gigantesca interrogativa que fica diante da origem e do destino.
Senti-me pequena...
Procurando respostas que, conscientemente, sabia não poder encontrar,não só por hoje...Mas nunca..
Fechei os olhos... Suspirei e chorei,chorei muito.
Vasculhei.....
Havia uma coisa pulsando lá dentro.

É tudo uma questão de conceitos que no fundo nos arrastam exatamente para o mesmo lugar, nós mesmos.
Mas está tudo bem...
O anormal sou eu e se para os genes ainda não há cura, para a mutação há-a. Por isso, sigo resignada, esperando, aguardando, vivendo para um qualquer outro dia: O dia em que a anormalidade sair à rua e eu ficar em casa.
Normais,são os que através da loucura tentam explicar a sua anormalidade.

"Esta espécie de loucura
Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,

Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há" Fernando Pessoa.

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