terça-feira, 31 de agosto de 2010

VIVA O CHOCOLATE!!!!

O que foi pra lá e não foi pra cá?
Ou não foram.
Ou foram demais.
Pensei, enquanto terminava de mastigar meu pedaço de chocolate se devia ou não escrever essas balburdias mentais.Estou atacadissíma no meu lado “espírito de porco” e espero não ser acusada de pessimista .
A gente se frustra por não ter feito balé ou capoeira, por ter lido série a do tio patinhas quando preferia Monteiro Lobato.Frustra ter dado o primeiro beijo com 16 anos .
A gente se frustra pela faculdade em que não conseguiu entrar, pelo cara que não se pode conquistar, pelo beijo que se negou ou que negaram, pelo telefonema ou pela falta dele, pelo jantar que não aconteceu. Frustra também a nota baixa, a pizza da borda queimada, o vinho estragado, ter cozinhado, de novo, miojo , perder a carteira,bater o carro... Frustra não saber inglês direito . Frustra não entrar mais naquela calça, ter doado pra alguém seus brinquedos, perder o bicho de pelúcia, não ter tempo pra ver chaves ou nem saber mais se esta passando.
Não ter visitado alguém amado que agora pra visitar só com permissão divina , não ter tomado todos os porres possíveis ou ter tomado um que estragou seus planos, reclamar, mandar e-mail e não ter resposta ou não responder as mensagens e deixar a caixa estourar,abandonar um projeto,dormir na melhor parte do filme,escutar um não,comer peixe com espinha . Frustra quando o bolo de chocolate embolora no fundo da geladeira...Quando se entra na piscina e o sol de repente some,morder a língua ,pisar na merda,frustra,frustra....frustra....
Frustra, enfim, estar aqui e, bem ou mal, transmitir todo dia um pouco da miséria humana em cada passo, em cada suspiro pessimista.
Chego ao fim do texto ainda com um pedaço de chocolate em mãos pensando que é tudo bobagem e que tudo isso nada mais é que realmente um ataque,uma tentativa de texto frustrada. Afinal, frustrar-se é prova de vida, é prova de que fizemos ,que fomos e voltamos, que permanecemos vivos sabendo que apenas respirar não é o bastante , errando e percebendo cada detalhe naquilo que há de mais maravilhoso: a possibilidade da outra vez.
Obs: (Texto baseado em uma desculpa pra eu comer chocolate e não me frustrar.)

sábado, 28 de agosto de 2010

Kuka

É como se eu estivesse composta de urgências: minhas felicidades são itensas, minhas tristezas, absolutas,minhas idéias são as melhores no momento em que nascem,depois talvez elas não sejam tão boas assim. Me entupo de ausências e de lembranças, me esvazio de excessos,eu gosto do execesso. Eu não caibo no estreito,eu preciso de espaço,eu sou egocentrica,eu exagero a dor,aumento meu desespero,preciso estar nos palcos,no centro,eu não quero discordar da maioria,mas eu discordo e vou até o fim eu vivo nos extremos. Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha entre a lucidez e a loucura. De ter amigos eu gosto porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa.
Medo eu tenho,de sentir falta,eu sinto falta de alguma coisa que eu ainda não sei o nome,não me dou bem com máquinas... Voltando ao medo tenho medo é de gente e estátuas. Lagartos também, tudo o que rasteja. Bichos que aparecem dos buracos, minhocas.Meu grito ou choro não é falta de esperança, é um respeito profundo por mim.
Pessoa destraída que perde as coisas e derruba o suco na hora do almoço.
A quarta-feira me irrita,porque sim.
E não sei as medidas, o quanto de quanto, o quanto de nada.
E eu vivo assim,tentando me definir e se eu for flar de mim amanhã,não serão as mesmas palvras.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pra que?

Não dá pra saber quando o texto está pronto.Eu tenho medo de me embasbacar com as palavras dai eu rabisco o papel até rasga-lo

Eu produzo porque tenho muito medo de ser inútil. Eu abandono só quando tenho muito medo de falhar. E eu durmo porque tenho medo de não encontrar paz em nada.

Há sempre uma espécie de entendimento que me deixa vulnerável, emotiva e crítica. Não sei se no auge da minha perspicácia eu admitiria tanta bondade, nem sei se vivendo o meu cotidiano com toda a minha racionalidade eu admitiria tanta ternura. Não sei se admitindo essas características em mim, quando tivesse essa oportunidade, eu seria menos bruta.

Eu tento evitar os meus mais sinceros xingamentos. Porque sei usar palavras pra ferir com todo o dom de um poeta.As mesmas que sempre pretenderam curar.As intenções são boas,eu sei acalmar um desespero,consolar....Mas não sei ser doce,ou talvez eu saiba muito,por isso me irrita tanto.
Na verdade, se é que há alguma...Ah deixa pra lá.o LÁ me embasbaquei legal.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mimos

É como escutar o silêncio...
Não sei se há verdade no que escrevo. Há sentimento e uma vontade imensa de transmutar certas tristezas. Mas verdade, talvez não haja
Era o mesmo lugar..Eu lembrei da liberdade,das risadas,dos dias,dos rostos.Um vazio...Tava faltando gente...Eu queria que fosse apenas um atraso por causa do transito,mas não.É isso,está completo.
E agora essa inquietação. O peito taquicardíaco, meus dedos não escutam palavras e eu insisto em escrever a desordem interna.
Eu estava feliz,mas a felicidade não tira o medo nem a melancolia de ninguém. Mudar alivia, frustra, ameaça, entristece,obriga-nos a crescer,então deixe que as coisas se renovem,que os vazios te ofereçam mais espaço e que as perdas tenham mais de um sentido...
A minha vontade de recomeçar otimista por saber da existência de vitórias tão pequenininhas eram maior do que a minha cara de choro contido. A saudade não me assusta mais, mas ela ainda aperta um pouco a garganta.
Foi tão estranho...porque mesmo sabendo que ia dar tudo certo eu estav com medo de dar errado.Algumas coisas foram encaminhadas pro novo destino, outras se perderam irremediavelmente, mas seja como for ,apesar da saudade o meu desejo é que o ar circule e recicle toda a energia é como relembrar uma infância que foi boa mas que não precisa se repetir pra ser verdade.